Na virada do século passado, um homem escreveu em seu diário a história de um jovem vendedor de jornal, que conhecera em uma rua próxima à sua casa. Todos na vizinhança sabiam que esse jovem era órfão. O pai abandonara a família quando ele ainda era um bebê, e sua mãe morrera logo depois que ele começara a vender jornais.
Todas as tentativas de colocar o jovem em um orfanato ou em uma casa de família que o acolhesse foram frustradas, pois o garoto se recusava a aceitar qualquer oferta de ajuda e fugia quando havia alguma tentativa de colocá-lo em qualquer desses lugares: "Posso cuidar de mim mesmo, obrigado! ", dizia quando as senhoras gentis lhe perguntavam se já havia tomado o café da manhã.
Na verdade, ele não aparentava passar fome, e sua persistência em vender pacote após pacote de jornais dava a impressão de que estava falando a verdade.
No entanto, as ruas são um local solitário para morar, e o diário do homem reflete uma conversa que teve com o jovem a respeito de como organizar seu local de moradia. Um dia, quando parou para comprar seu jornal, o homem ganhou um pouco de tempo, enquanto procurava as moedas em seu bolso, e perguntou
ao jovem onde ele morava. Disse-lhe que morava em uma cabina em um bairro pobre da cidade, próximo às margens do rio. Essa resposta surpreendeu o homem, que, ainda com mais interesse, fez mais uma pergunta: "Bem, quem mora com você?".
O jovem respondeu: "Só o Jim. Ele é inválido e não pode trabalhar. Ele é meu amigo".
Então, realmente surpreso, pois parecia que o jovem não só se sustentava, mas cuidava de alguém que não era capaz de contribuir em nada com os gastos, o homem observou: "Talvez você se desse melhor sem o Jim, não é mesmo?". A resposta do jovem, que transmitia certo desdém, foi um sermão lacônico: "Não, senhor. Se ele não estivesse lá, eu não teria ninguém à minha espera, quando volto para casa. Bem, o senhor não gostaria de viver e trabalhar sem ter alguém com quem dividir, não é mesmo?".
Vá com frequência à casa de seu amigo,
pois as ervas daninhas obstruem o
caminho que não é utilizado.
RALPH WALDO EMERSON
pois as ervas daninhas obstruem o
caminho que não é utilizado.
RALPH WALDO EMERSON
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