segunda-feira, 2 de agosto de 2010

As três peneiras

Conta-se que certa vez um amigo procurou Sócrates, o célebre filósofo grego, desejando contar-lhe algo sobre a vida de outro amigo comum.
¬ Quero contar-lhe algo sobre nosso amigo Andréas que vai deixar-te boquiaberto.
¬ Espera ¬ interrompeu o filósofo ¬ passaste o que vai dizer pelas três peneiras?
¬ Três peneiras? Espantou-se o interlocutor.
¬Primeira peneira: a coisa que me contará é verdade?
¬ Eu assim creio, pois me foi contada por alguém de confiança ¬ diz o Amigo...
¬ Bem! Alguém te disse... Vejamos a segunda peneira: a coisa que pretendes me contar é boa?
O outro hesitou, resfolegou e respondeu:
¬ Não exatamente...
Sócrates continuou sua inquisição:
¬ Isso começa a me esclarecer. Verifiquemos a terceira peneira, que é a prova final: o que tinhas a intenção de me contar é de utilidade tanto pra mim como para o nosso amigo Andréas e para ti mesmo?
¬ Não, não e não.
¬Então, caro amigo, disse Sócrates, a coisa que pretendias me contar não é certamente verdadeira, nem boa, nem útil; assim sendo, não tenho a intenção de conhecê-la e aconselho-te a não mais procurar veiculá-la.
A cada dia somos alvo de pessoas com desejo de nos contar coisas a respeito dos outros. Devemos procurar fazer o teste das três peneiras gregas:
¬ É verdade? É bom? É útil?
Caso negativo, devemos simplesmente evitar que sejamos parte integrante nas bisbilhotices e nos mexericos de pessoas ávidas de “novidades” sobre a vida alheia.


Transcrito

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